A alopécia areata é uma doença inflamatória autoimune, caracterizada pela perda excessiva de cabelos ou pêlos do corpo em formato normalmente oval ou circular. Os portadores podem perder fios de forma esparsa e bem delimitada no couro cabeludo ou em outras partes do corpo como a barba, púbis, axilas e sobrancelhas. Costuma ser parcial e bem delimitada, mas em casos mais graves pode-se chegar a uma perda total dos pêlos do corpo.

Dentre os vários tipos existentes, alguns regridem espontaneamente, outros necessitam de tratamento e tem resultados eficazes, mas, existem também os persistentes, que não respondem bem aos tratamentos disponíveis.

Causas da Alopécia Areata

Essa doença, sem origem aparente, mas de fundo hereditário, acomete em média entre 1% a 2% da população mundial, independente do sexo, raça ou idade, sendo mais comum os sinais aparecerem antes dos 20 anos de idade (cerca de 60% dos casos) ou após os 30 anos, quando diminui a probabilidade de herança familiar.

É estimado que 1 em cada 5 pessoas portadoras de alopécia areata tenha alguém na família com a doença, em porcentagem os números ficam em 10% a 42% dos casos. Há ainda a associação com histórico de asma ou doenças autoimunes como o lúpus, o vitiligo, a artrite reumatóide, a tireoidite de Hashimoto e o diabetes tipo 1 (juvenil). Portadores de síndrome de Down ou outras doenças com alterações cromossômicas, são mais propícios a desenvolver a doença.

A presença de microrganismos ou até mesmo o estresse podem ser desencadeadores da crise precoce para as pessoas que tem predisposição a desenvolver a doença, apesar de poucas evidências científicas.

Como age o organismo?

A doença desenvolve-se por um erro do sistema imunológico, que reconhece como um corpo estranho os folículos pilosos (estruturas produtoras dos fios do couro cabeludo e do restante do corpo), atacando-os por engano. Esse ataque errôneo resulta numa queda repentina e na interrupção do crescimento de novos fios, ocasionando pequenas falhas que podem aumentar ou reduzir nos próximos meses. Os folículos pilosos, mesmo após o ataque, continuam vivos e passarão a produzir novos fios assim que receberem estímulo do organismo para retomar as atividades naturais.

De acordo com a história natural da doença, do tipo de organismo e do grau da doença de cada paciente, podem ocorrer quedas e recuperação parcial ou total do cabelo que foi perdido durante certo período, podendo haver queda ou crescimento em locais distintos. A perda é irreversível em casos isolados de alopécia crônica.

Ao voltarem a nascer, os fios geralmente são brancos e finos, recuperando a coloração e a espessura natural após alguns meses.

Sinais ou Sintomas da Alopécia Areata

A perda de cabelo nesse caso é assintomática, ou seja, não apresentam sintomas aparentes. Alguns pacientes queixam-se de prurido ou queimação que antecede a queda localizada, mas é raro. As unhas podem apresentar aparência incomum, como deformidades variadas, estrias brancas ou pontinhos com depressão aparente. Esses tipos de alterações surgem em 10 a 15% dos casos.

Diagnóstico da Alopécia Areata

O diagnóstico é feito de forma clínica, observando a aparência das áreas sem cabelo. Em certos casos há necessidade de fazer uma biópsia da pele para descartar outros tipos de alopecias ou outras síndromes que podem desencadear a queda capilar.

Pode ser necessária também a realização de um teste simples que ajuda a identificar e diferenciar a alopécia de outras causas de queda de cabelo. O teste, chamado de tricograma, consiste em tracionar um tufo de cerca de 20 a 40 fios de cabelos localizados próximos à área afetada e avaliar no microscópio os tipos de raiz de cada fio.

Tratamentos da Alopécia Areata

Como os folículos pilosos continuam vivos mesmo durante a crise, novos fios podem nascer após a crise, retomando sua atividade normal espontaneamente ou devido a tratamentos tópicos, injetáveis, orais ou outras terapias associadas. Conheça abaixo alguns tratamentos disponíveis:

Injeções de Corticóides

Atuam reduzindo a atividade do sistema imunológico e na recuperação da atividade nos bulbos capilares. São indicadas para adultos e aplicadas nas áreas afetadas através de pequenas doses injetadas, com intervalo de 3 ou 4 semanas por sessão, com resultados que podem ser notados pelo menos em 8 semanas, em pacientes que respondem bem ao tratamento.

Uso tópico de Corticóides

O uso de corticóides tópicos em forma de pomada, gel, loção ou solução capilar é a primeira opção quando o paciente é pediátrico, evitando assim o uso das injeções. Em casos leves, tem bons resultados, mas a associação com as injeções tem demonstrado uma maior eficácia na recuperação da área lesionada.

Uso oral de Corticóides

Indicado nos casos extensos e resistentes aos outros tratamentos. Seu uso deve ser realizado com cautela e sempre com acompanhamento médico.

Outros Tratamentos para a Alopécia Areata

Existem outras associações de tratamentos, que podem ser usados para complementar o tratamento com corticóides, como a solução de minoxidil. Tratamentos locais utilizando soluções de antralina, que tem propriedades antiproliferativas, vêm sendo aplicados com resultados que variam de pessoa para pessoa.

Dra. Rafaela Salvato Dermatologista – Tratamento Alopécia Areata Florianópolis SC