Algumas doenças afetam não apenas o corpo da pessoa, mas a sua auto-estima. Isso acontece principalmente quando a doença que ataca o indivíduo é contagiosa. Por isso é que o pânico se espalha rapidamente, quando se sabe que uma pessoa infectada por determinada doença está perto de você.

Nos noticiários dos últimos meses muito se falou e se debateu acerca da maior epidemia de todos os tempos de Ebola. Essa doença, altamente contagiosa e muitas vezes fatal, colocou em estado de alerta o mundo, aumentando o controle nos aeroportos, os investimentos em uma possível vacina e – claro – a mobilização de diversos médicos para postos onde havia um grande foco de contaminação pelo vírus Ebola.

Por isso é que precisamos pensar sempre um pouco antes de julgar as pessoas. O medo faz com que o ser humano comece a agir de forma emocional, afastando a razão. Talvez esse fato – aliado à falta de informação e falta de interesse pelo entendimento da situação – tenha motivado tanto o preconceito e a exclusão da sociedade de pessoas que eram portadoras de algum vírus, como o HIV, ou de algum bacilo, como o bacilo de Hansen, que causa a doença Hanseníase.

Ao longo desse artigo você poderá, então, descobrir como a Hanseníase age, quais as formas de contágio e como agir de maneira educada com portadores dessa doença.

A Hanseníase é causada por um parasita microscópico, um microorganismo conhecido como bacilo de Hansen (daí o nome da doença). Quem é infectado pela doença sofre efeitos principalmente na pele e nos nervos. Por isso é importante sempre ir ao médico dermatologista para verificar a saúde da pele. Caso o acesso ao médico seja difícil, vale também ir aos mutirões de saúde, que normalmente são feitos em épocas que lembram a doença, como em janeiro, quando acontece o Dia Mundial de Combate à Hanseníase.

Conforme falamos anteriormente, muitas pessoas temem ser infectadas ao entrar em contato com uma pessoa que possui Hanseníase. Para que não restem dúvidas, a Hanseníase é sim contagiosa, mas apenas quando o portador da doença não está sendo tratado.

Depois que o tratamento começa, não há como a pessoa infectada repassar a Hanseníase a outra pessoa. Sendo assim, está liberada para o convívio social, que muitas vezes é fortemente recomendado, já que ajuda bastante a pessoa a se recuperar. Afinal, quem não gosta de estar perto dos amigos e da família nos momentos difíceis?

E vale ficar atento: o termo “lepra” não é mais usado porque, além de ser genérico (pode também indicar outras doenças de pele além da Hanseníase), carrega o estigma da doença, cujo preconceito fez muito mal a quem era portador do bacilo de Hansen.

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Dra Rafaela Salvato, dermatologia clínica Florianópolis SC. Hanseníase