Molusco contagioso

Na década de 70 foram desenvolvidas muitas pesquisas na área da psicologia, já que essa área estava em franca expansão. Foram feitos os mais criativos e diversos testes, desde simulações de prisões para analisar o comportamento de pessoas que adotaram o papel de presidiários e guardas, até testes com crianças, para tentar ver se já é possível na infância distinguir certas aptidões ou características de personalidade.

Um estudo que ficou muito famoso na época foi o da “perda pequena”, em tradução livre, mas que infelizmente é pouco conhecido nos dias atuais, já que com a avalanche de novas descobertas esse estudo acabou ficando restrito a livros que hoje são raros. O teste da “perda pequena” consistia em perguntar a várias pessoas, de diferentes gêneros, idades, classes sociais e raças, o que elas preferiam: uma grande perda material nesse momento, mas que elas poderiam recuperar dentro de um curto prazo, ou pequenas perdas materiais, constantes e ininterruptas ao longo da vida.

Para surpresa dos pesquisadores, as pessoas não abraçaram a chance de passar por um sufoco momentâneo, ficando depois livre dele pelo resto da vida. Elas preferiram a perda pequena, já que, conforme a maioria delas informou, “se eu estiver preparado para a perda pequena, já saberei como lidar com ela”. Ou seja: o ser humano é capaz de se adaptar tanto a situações favoráveis como desfavoráveis.

É por isso que muitas vezes as pessoas não reclamam de problemas de saúde que as afligem. Sempre que pegam uma gripe, pensam: poderia ser algo mais grave, mas que bom que é uma gripe. Ou, quando estão com uma dor frequente e vão a um médico descobrir a causa, agradecem por saber que é apenas estresse e não um problema no organismo.

A doença de que iremos falar hoje, Molusco contagioso, possui muito a ver com esse contexto. O Molusco contagioso não é uma doença fatal, muito menos uma doença grave. É uma doença que – assim como a dor de cabeça, por exemplo – incomoda. E incomoda porque ela aparece no órgão do nosso corpo que está mais exposto: a pele.

O Molusco contagioso é contagioso. Mas o nome Molusco vem das bolinhas que surgem na pele da pessoa, que crescem e ficam aparentes. Essas bolinhas surgem como pontos brancos muito pequenos, que crescem e crescem até ficar do tamanho de uma bolinha de futebol de botão.

Normalmente, depois de um período e com o tratamento certo, essas bolinhas desaparecem, mas – vale sempre lembrar – que o acompanhamento médico é essencial para casos de Molusco contagioso, já que muitas outras pessoas podem ser infectadas.

O Molusco contagioso possui essa característica, de ir se espalhando, porque é causado por um vírus. Dessa maneira, a pessoa pode ser infectada ou pelo contato direto com outra pessoa que está infectada ou pelo contato com objetos que a pessoa infectada está utilizando ou já utilizou.

Por isso, fique atento e permaneça tranquilo. Procurar um médico dermatologista é sempre a melhor alternativa em caso de suspeita de Molusco contagioso.

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Rafaela Salvato Dermatologia, Clínica de Dermatologia em Florianópolis – Molusco Contagioso